sexta-feira, março 1

Os centenários I

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Morte Daisy por George Hodan
 
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Em 2013 comemoramos o centenário de dois dos maiores nomes da literatura brasileira. Um deles é o carioca Vinicius de Moraes, poeta, compositor, jornalista e diplomata brasileiro. Vinicius nasceu 19 de outubro de 1913 na rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, na cidade do Rio de Janeiro.

 Controverso ser que cantava a alegria melhor do que ninguém, Vinicius achava que a alegria não era uma atmosfera de vida criadora. Dizia-se “um homem triste com uma grande vocação para a alegria” que só sabia criar na tristeza e que a morte era sua grande musa. O que pode ser observado em muitos de seus poemas. 

 
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
(...) (Poética I)

 
(...)

Com as lagrimas do tempo e a cal do meu dia
Eu fiz o cimento da minha poesia
(...)(Poética II)

 
...
Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de assis.
Deixa-te de histórias
Some-te daqui! (A um passarinho)


Essa peculiaridade de Vinicius não é tão estranha à literatura. A melancolia, segundo o poeta americano Edgar Allan Poe, é o mais legítimo de todos os tons poéticos. A obra completa de Vinícios pode ser vista em http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/

O outro centenário é o cronista, poeta e jornalista Rubem Braga, nascido em Cachoeiro do Itapemirim – ES.