quarta-feira, outubro 20

Dia do Poeta

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Todo dia é dia de poesia.

O poeta consegue através de seus versos sensibilizar, dizem o que vai na alma, através de rimas, sonetos ou poemas.
Muitos se inspiram no seu cotidiano, em amores, ou simplesmente fantasiam.
A poesia e a música andam juntas, na Grécia as poesias eram cantadas.

Talvez a melhor definição seja a de Fernando Pessoa:
”O poeta é um fingidor/ Finge tão completamente/ Que chega a fingir que é dor/ A dor que deveras sente./ E os que lêem o que escreve/ Na dor lida sentem bem/ Não as duas que ele teve/ Mas só as que ele não têm/ E assim nas calhas de roda/ Gira, a entreter a razão/ Esse comboio de corda/ Que se chama coração”.

UM pouco de poesia:

MEUS OITO ANOS

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais.

Como são belos os dias
Do despontar da existência
Respira a alma inocência,
Como perfumes a flor;

O mar é lago sereno,
O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado,
A vida um hino de amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar

O céu bordado de estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! Dias da minha infância!
Oh! Meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Naquela risonha manhã

Em vez das mágoas de agora,
E tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos da minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
Pés descalços, braços nus,

Correndo pelas Campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos,
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar mangas,
Brincava à beira do mar;

Rezava as Ave Marias,
Achava o céu sempre lindo
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das laranjeiras,
Debaixo dos laranjais!

Casimiro De Abreu

Esse post é dedicado ao Tony , meu parceiro no Voz, que nos tem brindado com o seu poetar.